FESTA DA EPIFANIA DO SENHOR
Por Máxemo de Jesus Santos
Meus irmãos, Celebramos
neste domingo a festa da Epifania. O que é a Epifania? É a manifestação do Salvador a todos os povos e Nações. A
manifestação de Deus na pessoa frágil do menino Jesus. Todos nós somos
convidados a nos sentirmos como os Reis Magos, peregrinos na fé, junto com toda
a humanidade que enfrenta o cansaço da viagem longa, na busca contínua de um
sentido para a vida e para as contradições e percalços da caminhada. As
Sagradas Escrituras nos ensinam a caminhar, a plantar as sementes de nossa fé,
vingando águas mais profundas, construindo uma parceria com o Senhor da Vida e
a Humanidade.
E essa parceria entre
o Senhor e a Humanidade é a festa da manifestação deste Deus que nos convida a
viver a vocação “universalista” cantada pelo livro de Isaías na primeira
leitura: Jerusalém é agora o centro para o qual convergem as caravanas do mundo
inteiro. Esta visão profética, concebida para a restauração da cidade santa
depois do Exílio, verifica-se plenamente quando os magos do Oriente, conduzidos
por um astro desconhecido, se apresentam na cidade santa, procurando o Messias
nascido na cidade de Davi, trazendo-lhe as riquezas das quais falava a visão de
Isaías: ouro, incenso e mirra.
Já a Segunda Leitura (Ef
3,2-3a.5-6), acentuando a universalidade da encarnação para crentes e incruéis,
fala de um tema que permeia toda a Carta aos Efésios: a participação de judeus
e pagãos na revelação de Deus em Jesus Cristo. É assim, pois, a manifestação de
Deus para todos, não apenas para o povo hebreu. Ele veio para nos salvar, é a
“Luz para iluminar as nações” e a “glória de Israel seu povo”; ou seja, pelo
reconhecimento que o povo hebreu deveria ter testemunhado e proclamado, o
Messias seria reconhecido por todo o mundo.
Amigos e Amigas, O
escritor sagrado usa de sinais: a estrela. Herodes teve a palavra dos magos: os
judeus tiveram as Escrituras. Deus nos fala de muitas maneiras. O importante é
pôr-se em busca e essa procura pode durar toda uma vida (Mt 2,1-12). Nesse
contexto, a humanidade está representada pelos magos do Evangelho, todos os
povos da terra que caminham ao encontro do grande desejo de seu coração: o
próprio Deus. Ele vem até nós em Jesus, mas temos de dar também nossa ajuda, o
nosso passo. Essa busca é, muitas vezes, difícil, cheia de armadilhas, de
incertezas, até de desvios. Há momentos também em que não vemos mais a
“estrela”, não vemos os sinais de Deus e ficamos perdidos. Não podemos,
contudo, desistir da grande aventura da vida. É preciso seguir em frente, acreditando
que “depois da tempestade vem a bonança”, como reza o sábio dito popular.
Jesus não excluiu
ninguém. Os Magos não foram a Belém apenas para “ver” um menino. Eles foram
para adorar, conforme disseram a Herodes (Mt 2,22). E não só adoraram, caíram
por terra, reconheceram que o Menino era divino, que o Menino era o Filho de
Deus que se manifestou, assim, a eles, da mesma forma como se manifestará a
quantos o procurarem e souberem encontrá-Lo na simplicidade e na pobreza. Os
Magos nos ensinaram que Jesus não mora nos palácios de Herodes, mas na imagem
de cada irmão oprimido, sofredor, descriminado pelos preconceitos fundados na
soberba, na ambição, no egoísmo. Jesus é a revelação da inocência, da pureza,
da caridade.
Epifania é a festa da
disponibilidade. Epifania é a festa da possibilidade de conhecer a Deus. Os
pastores – gente simples do povo – reconheceram o Menino Deus e voltaram ao
trabalho “glorificando e louvando a Deus” (Lc 2,20). Os Magos – gente sábia –
“encheram de grande alegria e, caindo por terra, o adoraram” (Mt 2,10-11). Epifania,
festa de luz, festa da salvação universal. Assim é preciso pôr-se em contínua
caminhada na busca do verdadeiro encontro com Jesus. Precisamos descobrir a
estrela que nos guie de forma segura ao longo do ano na busca do rosto sereno e
radioso do Senhor.
Homilia / Pároco da Paroquia Nossa Senhora de Guadalupe em Paço do Lumiar/ MA.
E-mail: maxemodejesus@Yahoo.com.br
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