SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR -C
Por
Máxemo de Jesus
Caríssimos irmãos, a festa da ascensão do Senhor é a plenitude da
Páscoa. É a passagem de Jesus para uma realidade totalmente nova, com a qual a
comunidade deverá aprender a conviver e ser testemunha. Ele está conosco –
Emanuel – porém, totalmente diferente de antes. Na verdade, como bem disse João
na 1ª carta capítulo primeiro versículos de um a quatro, o que VIMOS, OUVIMOS,
TOCAMOS e CONTEMPLAMOS, é o que agora anunciamos. Esta realidade revela muito
bem o que significa a festa da ascensão. Não se trata de uma ausência, um
abandono de Deus, mas uma nova presença. Neste sentido, a Palavra deste domingo
nos ajuda a mergulhar neste mistério.
Lucas, na primeira leitura, escreve a
uma comunidade missionária, movida pelo Espírito do ressuscitado. A comunidade
dialoga pela última vez com Jesus que promete o Espírito – o sopro da nova
criação – e ela se tornará testemunha em toda parte. Assim ele se eleva – sobe
– retorna a eternidade, mas seu espírito permanecerá. Aquele grupo permanece
ali, de boca aberta, olhando para o alto, inerte. São novamente sacudidos por
um personagem vestido de branco – quem será? – que diz: Por que estais parados,
olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado para o céu, virá do mesmo
modo como o vistes partir para o céu” (v.11). Assim começa Atos dos Apóstolos.
É preciso continuar na planície e não nas alturas, a missão acontece aqui na
terra; então, a comunidade é enviada a servir ao Reino de Deus.
O salmo 46 é de júbilo – BATAM PALMAS –
é festa. Todo o universo é convocado a se alegrar com a vitória de Jesus. Ele é
o soberano de toda a terra. Neste clima a liturgia nos leva à segunda leitura
da carta aos Efésios. Paulo, o grande missionário, estava preso, mas recebe
noticias do surgimento de comunidades fervorosas e atuantes. Envia, então, um
bilhete louvando a Deus pela vivacidade destas comunidades. Reconhece que toda
a ação vem de Deus. A glória de Deus é uma comunidade viva e missionária que
continua a missão do ressuscitado revelando assim o projeto salvífico do Pai.
O Evangelho de Lucas reflete sua
compreensão de missão à luz do ressuscitado que subiu ao céu. A comunidade é a
única testemunha da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ela recebe a
força do alto – o Espírito Santo – para a missão redentora. Jesus abençoa a
comunidade. Ele é o sacerdote da Nova Aliança que torna possível o novo tempo
da comunidade. Com este gesto a ascensão se torna a comunhão definitiva com o plano
de Deus que salva. É uma comunidade alegre, que se reúne no Templo e propaga
com a vida e as obras que o ressuscitado continua vivo – diferente – mas sempre
ele. O Templo é o lugar do Espírito Santo, contudo, a partir de Paulo, este
Templo não será apenas de pedras e concreto, mas o próprio ser humano
transformado, vivificado, morada de Deus definitiva.
Assim a festa da Ascensão nos coloca em
plena sintonia com a missionariedade. Tema tão atual e urgente para a vida da
Igreja. Existimos para anunciar a Boa Nova seja no silêncio seja subindo nos
telhados dos meios de comunicação, das redes sociais, que se transformam hoje
no grande areópago moderno para a evangelização. Hoje, celebramos também o Dia
Mundial das Comunicações e queremos reafirmar o que disse aquele personagem:
Não fique ai olhando para o alto. Não fique ai com medo das redes sociais! Faça
delas o novo templo da evangelização alegre, criativa e missionária. Aprenda a
usar os meios com equilíbrio e responsabilidade.
A todas as mães o nosso abraço de
filhos agradecidos. Elas souberam receber a semente da vida e cultivaram seu
desenvolvimento. Cada mãe representa um pouco da misericórdia de Deus que leva
o filho no colo e o protege, cuida e abençoa.
Homilia / Pároco da Paroquia Nossa Senhora de
Guadalupe em Paço do Lumiar/ MA.
E-mail: maxemodejesus@Yahoo.com.br
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