29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Por Padre Máxemo de Jesus Santos, pároco.
A primeira leitura (Is. 53, 10-11) vai
abrindo nossos corações para a reflexão deste domingo. A leitura de
Isaías nos leva a refletir sobre a missão de Deus de assumir os pecados da
humanidade escravizada pelo pecado original. Jesus assumirá nossos
pecados, carregará nossos pecados inaugurando um tempo novo, o tempo da
salvação. No quarto canto do Servo de Javé, Deus não segue a lógica dos homens.
O justo esmagado é que assume e resgata as faltas dos “muitos”. Por isso, Deus
o exalta, na figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho.
Irmãos e Irmãs, o cenário do Evangelho de
hoje ( Mc. 10,35-45) é a estrada para Jerusalém. Jesus e os Apóstolos se
aproximam da cidade Santa. Dois discípulos queriam sentar-se, um à direita e
outro à esquerda, de Jesus. Puro engano! Ainda não haviam compreendido o
projeto de salvação de Jesus, que era morrer na Cruz pela salvação da
humanidade. O Evangelho de hoje nos ensina a identidade de Jesus que é humana e
é divina. Um só homem em duas naturezas. Jesus é aquele que dá a sua vida para
resgatar as criaturas. Jesus é o Servidor Justo, que justificará, que salvará
muitos, assumindo sobre si a iniquidade humana. Essa será também a missão
daqueles que seguem a Jesus, de seus apóstolos e de seus discípulos.
Em vista disso três pontos hoje devem nos
tornar mais próximos de Deus e refletir sobre nossa vida, para conformar se
estamos seguindo o que Deus quer de cada um de nós, ou se queremos nós mesmos
nos transformar em Deus. A primeira reflexão nos fala do Serviço. O que é
o serviço para Deus? Servir a Deus é ser humilde, é colocar-se como
servo dos servos, como servidor da fé, como animador e catequizador da
comunidade de fiéis, nunca procurando os privilégios, mas procurando dispensar
a misericórdia e a bondade de Deus, do Deus Servo dos Servos, daquele que se
abaixa para lavar os pés de seus discípulos e envia-los para a missão do
serviço.
A segunda reflexão nos fala de trabalhar, de
usar o poder eclesiástico, a “potestas” como um sublime ministério de serviço
na caridade. A discussão para ver se sentará à direita ou
à esquerda de Jesus deve ser encarada como “topar” todos os
serviços na comunidade, desde o mais humilde ao mais responsável, sempre com
caridade, desprendimento, humildade e, acima de tudo, amor. A terceira
reflexão nos fala da RENÚNCIA. Fazer de nossas vidas cálices de
salvação é renunciar a tudo o que nos oprime, a tudo que nos faz pecar e faz o
irmão também pecar. Renúncia que é compartilhar a dor que Jesus sentiu na cruz
pela salvação da humanidade pecadora. Cálice que hoje na liturgia é relembrado
como participação e comunhão no mistério da salvação, é participar do mistério,
do destino e da cruz de Cristo.
Meus irmãos e Minhas irmãs, a segunda leitura
(Hb. 4,14-16) nos fala do sacerdote, como o santificador da comunidade.
Tenhamos presente que o apóstolo quer nos dizer que a participação de Jesus nos
mais profundos abismos da condição humana – exceto no pecado – o qualifica para
ser o melhor sacerdote imaginável. Um sacerdote que não está do outro lado da
barra, mas que participa e celebra conosco, como o próprio Cristo. Jesus, nosso
Sumo Sacerdote. Temos um pontífice que por nós entrou no Santuário, mas,
também, é capaz de compadecer-se de nossas fraquezas, conhecendo a carência
humana. Jesus leva nossa condição humana à santidade de Deus. Jesus nos exorta
na fidelidade na confissão da fé e na confiança na misericórdia divina.
Demos graças ao Senhor Onipotente por tantos
discípulos de Cristo que, a exemplo dele, continuam a dar a vida por seus
amigos e por seus irmãos de fé. E neste dia das Santas Missões, da Santa
Infância e da Evangelização entre os gentios peçamos a graça de compreender que
o discipulado de Cristo passa pelo caminho da cruz que leva à ressurreição, à
vida, à glória eterna. Amém!
Eu sou muito privilegiada em ser totalmente católica.
ResponderExcluirLouvado Seja para sempre o meu Deus!