28º DOMINGO DO TEMPO COMUM – C
Por Máxemo de Jesus
Meus queridos Irmãos, quando
nós recebemos um elogio a nossa reação deve ser de um pronto agradecimento. E,
assim, por conseguinte, não seria diferente para com a graça de Deus quando nós
somos convidados a agradecer a sua misericórdia para conosco.
A
história de Eliseu e Naamã, tema da primeira leitura deste domingo (2Rs
5,14-17), mereceria mais carinho do que a liturgia lhe consagra. De fato, o
recorte litúrgico exige pelo menos uma pequena introdução narrativa, para pôr
os ouvintes a par do que precedeu à entrada de Naamã nas águas do Jordão: como
este estrangeiro criou a idéia de consultar um profeta de Israel e, sobretudo,
como ele queria montar o espetáculo, levando ricos presentes (cf 2 Rs 5,5). Queria
que Eliseu o curasse por sua palavra, mas Eliseu o mandou banhar-se no Jordão.
O general, apertado, aprendeu a obedecer. Veio a hora de agradecer: novamente,
Naamã oferece um presente digno de um príncipe. Eliseu, por sua vez, recusa,
pois quem agiu foi o Senhor Deus! Então vem o comovente fim da história:
curado, não só de sua lepra, mas de seu orgulho militar, Naamã pede para levar
à Síria um pouco de terra de Israel, para adorar, na Síria, o Deus de Israel no
seu próprio chão. Além disso, pede antecipadamente perdão porque, como
funcionário real, terá que adorar de vez em quando o deus sírio Remon; e Eliseu
responde: “Pode fazer tranqüilamente”.
Caros
irmãos, na segunda leitura (2Tm 2,8-13), o testamento de Paulo chega ao mais
alto grau de condensação: Paulo confia a seu cooperador, Timóteo, “seu
evangelho”, o anúncio da ressurreição de Cristo, que garante também nossa
ressurreição, se ficarmos firmes na fé nesta palavra. As últimas frases formam
um hino (cf. 2 Tm 2,11-13). A palavra que é a verdadeira nos ensina: se
morrermos com Cristo, viveremos; se formos firmes, reinaremos com Ele; se o
renegarmos, Ele nos renegará; e agora vem uma quebra surpreendente nos
paralelismos – se formos infiéis, ele será…fiel! Pois não pode negar seu
próprio ser. Na
segunda leitura de hoje depois de São Paulo exortar Timóteo a uma dedicação
total ao ministério (cf. 2 Tim 2,1-7), a epístola apresenta o motivo supremo
que justifica essa entrega: o exemplo de Cristo, que chegou à glória da
ressurreição pelo caminho da cruz e do dom da vida.
O
Evangelho deste Domingo nos apresenta dez leprosos ( Lc 17,11-19). Dez eram os
leprosos: o número da totalidade, quando nos lembramos que 10 eram os apóstolos
e dez são os apóstolos. Os dez leprosos vieram pedir a ajuda de Jesus e chamam Jesus
reconhecendo-o como Mestre. Assim todos são convidados a salvação. Da mesma
forma a conversão e a mudança de vida para uma inserção na vida comunitária e
pastoral.
Na
grande comunidade, como na companhia dos dez leprosos, todos somos chamados a
sermos filhos e filhas de Deus. Dez foram os curados, mas somente um voltou
para agradecer. Assim acontece no dia a dia com as pessoas que quase sempre
nunca agradecem. Poucos são os agradecidos que louvam a misericórdia de Deus.
Caros
irmãos, a “lepra” que rouba a vida a esses “dez” homens que o Evangelho deste
domingo nos apresenta representa o infortúnio que atinge a totalidade da
humanidade e que gera exclusão, marginalidade, opressão, injustiça. É a
condição de uma humanidade marcada pelo sofrimento, pela miséria, pelo
afastamento de Deus e dos irmãos, que aqui nos é pintada…
São
Lucas garante, no entanto, que Deus tem um projeto de salvação para todos os
homens, sem exceção; e que é em Jesus e através de Jesus que esse projeto
atinge todos os que se sentem “leprosos” e os faz encontrar a vida plena, a
reintegração total na família de Deus e na comunidade humana. Por isso é
preciso ter uma resposta de gratidão e de adesão à proposta de salvação que
Deus faz.
De
segunda-feira a sábado os cristãos deveriam recordar os benefícios, as bênçãos
de Deus em nosso favor. Assim a nossa oração na missa de domingo ficaria
recheada dos benefícios de Deus, manifestados em Jesus Cristo e na vida da
Santa Igreja. Importa recolhê-los e apresentá-los a Deus por Cristo, com Cristo
e em Cristo.
Homilia
/ Pároco da Paroquia Nossa Senhora de Guadalupe em Paço do Lumiar/ MA.
E-mail:
maxemodejesus@Yahoo.com.br
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